quinta-feira, 8 de novembro de 2012

MINUTO DE SABEDORIA:081112

As dores da fé 
Pe. Zezinho, scj 


Poucos povos sofreram tanto a dor da fé quanto o povo hebreu. 
EVER pode ser traduzido como NÔMADE, sujeito que passa, peregrino, mas era também: o que barganha. 
EVER se torna IVRI e IVRI se torna Hebreu. 
Seria esta a origem primeira dos Hebreus, povo que se formou a partir do clã de AVRAM: pai de muitos. Mais tarde AVRAAM: pai de muitostos. Tudo começou por volta de 1850 a 1800 a.C. 
O clã saíra da Caldeia em busca de um lugar para viver e da chance de adorar em paz o seu deus que ainda não era único, mas estava acima dos deuses. Um dia ele seria proclamado o único Deus que existe. 
Naqueles séculos, quem quisesse prosperar ia para o Egito que seriam os USA ou a Austrália da época. Os hebreus não foram. Ficaram na sua terra pobre, nômades, pastores ______. Não se misturavam. A fé no seu Deus único e na sua vocação de povo especial incomodava os povos nos vizinhos e os outros quais mais tarde eles se inseririam e cujas leis aceitariam, desde que pudessem cultuar seu Deus especial. O seu Deus especial ainda não tinha um nome específico. 
Mas ele não era como os outros deuses, nem o povo hebreu era como os outros povos. 
Abraão, Isaque, Jacó, seus doze filhos e os filhos destes filhos mais as filhas, esposas e concubinas formaram um povo teimoso, combativa, que não se dobrava e vendia caro sua vida e sua liberdade. 
O inimigo poderia vencê-los e até subjugá-los, mas nunca desmantelá-los. 
Os hebreus não se dobravam. 
Um dia eles ganharam um apelido: Ish Ra el, o nome novo veio para adjetivar o patriarca Jacó de quem se contava que brigara uma noite inteira com um anjo, um enviado desse Deus estranho e não se dobrou até que ferido na coxa, sinal de derrota honrosa não soltou o anjo sem que este lhe desse uma palavra boa (benedictio) uma bênção. 
Foi apelidado de "o homem (Ish) que lutou (Ra) com Deus (el)". "El" era o nome que davam ao Deus que adoravam. 
Foram séculos de formação. 
Um dia bateu a seca e a fome. Foram para o Egito comprar alimento. 
Lá um dos seus mal amados, chamado José, que fora vendido pelos próprios irmãos prosperavam. Era o primeiro ministro do rei. De escravo chegara ao segundo posto. 
O clã, perdoado e reconciliado mudou-se para o Egito. 
Mas não era de se misturar. 
Cresceu e prosperou fazendo o que mais sabia: comércio! 
Estavam enriquecendo. 
Então o rei os derrotou. 
Tratou-o como se trata o pão ázimo. Criou um povo ázimo. Estava frito e cozido, mas proibido de crescer. 
Em menos de cinqüenta anos seria extinto. 
Aí entra Moisés, o maior nome aceito pelo povo hebreu, já agora israelitas. 
Ele não poderia ter sido concebido. Deveria ter sido abortado. A mãe se negou a abortá-lo e a matá-lo. Confiou em "El" e o pôs num cestinho de junco. "El" o salvaria. 
A história é belíssima, embora haja quem a negue. 
O menino foi encontrado por ninguém menos que uma das princesas do Egito. 
Ela não quis saber a origem do bebê. Era um rejeitado e ela queria um filho. Trouxe-o para o palácio e deu-lhe o nome de Mosheh, Moisés, salvo das águas. 
O menino hebreu que a mãe não abortara cresceu como filho de princesa e com status de príncipe, não herdeiro, mas da nobreza. 
Ele não sabia da sua origem. 
Quando soube que sua irmã Maria o pusera num cesto assumiu sua identidade, como José o ex-escravo, assumira a sua. 
Hebreu ou israelita nunca nega sua origem. Como óleo em água convive, mas não se misturam. 
Sacudido vai para baixo. 
Em tempos de decantação fica por cima. 
Chegou o dia de Moisés ir para baixo. Sacudiu e foi sacudido. Ao ver um homem do seu povo ser torturado, não hesitou: matou o torturador. 
Sendo príncipe não foi morto. Exilaram-no. 
No exílio o Salvo das águas, Moisés voltou a ser pastor e nômade. 
Casou-se! Fez família. 
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