A mensagem de Francisco
O papa Francisco, a cada dia que passa,
surpreende-nos com suas palavras de extrema sabedoria. Para quem acreditava num
pontífice de transição, cujo papel seria o de dar continuidade aos trabalhos de
João Paulo II e Bento XVI, o Papa da Modernidade revelou-se um líder religioso
autêntico e diferenciado.
A escolha do seu nome papal, interpretado
como homenagem aos santos católicos São Francisco de Assis e São Francisco
Xavier, somente iria dar uma vaga ideia do que viria posteriormente, a partir
de sua Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, e de suas diretrizes como mentor
e chefe da Igreja Católica.
No livro A Igreja da Misericórdia o papa
Francisco reflete sobre vários temas, mas todos dentro de uma mesma vertente: o
anúncio do Evangelho com alegria, sob a inspiração do divino Espírito Santo,
preferencialmente aos mais humildes, como palavra de consolo e de esperança.
O conceito de misericórdia é explorado à exaustão,
o que aponta claramente para um convite à evangelização dos cristãos afastados
da Igreja, que se encontram na “periferia da existência”.
Para o Papa, a Igreja é lugar de acolhida
e de aconchego. Os padres e bispos devem estar no meio do povo, e não
encastelados em seus gabinetes, aguardando a visita dos que deles necessitam
para algum serviço pastoral. Os religiosos têm que se dispor numa atitude de
entrega às suas ovelhas, como Jesus se dispôs na cruz por nós.
Assim também os leigos que trabalham nas
paróquias, a serviço da comunidade, porque o anúncio da Palavra pressupõe
“sairmos de nós, como Jesus, como Deus saiu de si mesmo em Jesus, e Jesus saiu
de si próprio por todos nós” (p. 61).
O Papa também se demonstra bastante
preocupado com a mundanidade do mundo, representada no hedonismo exacerbado. O
culto ao deus do dinheiro é um mal que precisa ser combatido a todo custo,
porque não podemos servir a dois senhores simultaneamente. Vivemos hoje numa
“cultura do descarte” na qual procuramos o que é supérfluo e efêmero.
O esbanjamento e o desperdício pelos mais
aquinhoados estão na contramão dos valores cristãos de partilha e
solidariedade, mormente em relação aos mais necessitados.
Devemos nos despojar do espírito desse
mundo, diz o Papa. Para isso, ele nos conclama a estabelecer a “cultura do
bem”, através de condutas magnânimas, que implicam ter grandeza de espírito, um
coração grande, aberto a Deus e ao próximo. “Ninguém pode permanecer insensível
às desigualdades que ainda existem no mundo!”, alerta. “Cada um, na medida das
próprias possibilidades e responsabilidades, saiba dar a sua contribuição para
acabar com tantas injustiças sociais!” (p. 95).
Ele deixa uma exortação aos jovens: “nunca
desanimem, não percam a confiança, não deixem que se apague a esperança. A
realidade pode mudar, o homem pode mudar. Procurem ser vocês mesmos a praticar
o bem, a não se acostumar com o mal, mas a vencê-lo com o bem. A Igreja está ao
lado de vocês, trazendo o bem precioso da fé, de Jesus Cristo, que veio “para
que todos tenham vida, e vida em abundância” (p. 97).
THPJMJ
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